o mosal

O MOSAL é um coletivo formado por pessoas e entidades de Florianópolis cujo objetivo é influir nas políticas públicas de saneamento básico, assim como promover a conscientização dos cidadãos através de ações e oficinas.
SANEAMENTO DESCENTRALIZADO
ESGOTAMENTO SANITÁRIO

RESÍDUOS SÓLIDOS

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A IRONIA COMEÇA DO NOME - Empreendimento Beach Club - LongView

LENÇOL FREÁTICO INDO PARA O RALO

O empreendimento, que há meses faz jorrar água do lençol freático no Campeche, esquina da Av. Pequeno Principe com Corticeiras, age com impressionante naturalidade e a serenidade de quem terá feito cumprir seus objetivos a tempo, já que conta com a morosidade de ação  e a "distração" de nossas autoridades. A começar do nome, Beach Club - LongView, que de Club só o dos cínicos, já que  Long View significa olhar a longo prazo ou visão ampla.  

 Há meses a comunidade denuncia e há meses nada é feito a respeito pelos órgãos competentes. 
Vivemos em tempos em que a lei só é praticada enquanto não estiver impedindo que grupos econômicos minoritários ganhem sua gorda fatia de dinheiro. Situação que pode ser exemplificada neste caso do Campeche, pelo fato de que há pronta e corretíssima ação e condenação por parte das autoridades competentes, quando um cidadão "varre" a calçada com mangueira de água, mas um empreendimento faz jorrar água do lençol freático por consecutivos meses, e nada acontece.

Lei em terras de corrupção e impunidade serve para inflacionar o mercado das propinas.

Temos assim, que a concessionária que tem como incumbência, operar o sistema de abastecimento, zelar pela qualidade de nossas águas e  promover ações para a proteção de nossos mananciais, recebe multa de R$12 milhões por poluir rios e praias, fornece água amarelenta e de gosto insuportável, além de prestar um desserviço à população ignorando o descarte de milhares de litros de água por parte de construtoras.  É com tal competência, atestada por nossa prefeitura, que essa concessionária pretende elaborar e administrar a implantação de um sistema de tratamento de esgoto para nossa cidade. Resta, diante do quadro que se apresenta na cidade, saber quem eles pretendem seja de fato 
beneficiado com seus trabalhos.


Raquel Macruz
Abaixo, apresentamos observações encaminhadas pelo inconformado  ND do Campeche diante do irracional e perplexo:

Na pressa em furar o solo para fincar as estruturas dos novos prédios no Campeche, as construtoras estão fazendo jorrar a céu aberto a água do lençol freático da região onde está localizado um dos maiores aquíferos responsável pelo abastecimento de água para boa parte da população da Ilha. Milhares de litros estão sendo desperdiçados todos os dias, depositados diretamente nas galerias pluviais em direção ao mar...

(...)Segundo o engenheiro Sanitarista e Ambiental, Afonso Abes, as chances de contaminação da água no subsolo aumentam de acordo com o incremento do número de ligações clandestinas. 
— Precisamos analisar é o quanto que se retira de água pela companhia, somado com a captação das ponteiras. Se esse volume ultrapassar capacidade de renovação do aquífero estamos arriscado à sanilizá-lo e perdê-lo totalmente — explica o especialista. (...)

(...)O presidente da Casan, Walmor de Luca, informou que quem estiver retirando água do aqüífero terá 72 horas para apresentar as autorizações ambientais, caso contrário, deverá aderir à rede da Casan ou terá a ponteira lacrada. Onde não houver rede de abastecimento, a captação será tolerada, mas fiscalizada.(...)

(...)A Casan, responsável pela operação do sistema de abastecimento de água, também tem a incumbência de promover ações para a proteção dos mananciais, em conjunto com os órgãos ambientais e gestores de recursos hídricos, conforme a portaria do Ministério da Saúde nº 518/04. Já o município tem a responsabilidade de proteger o meio ambiente, em parceria com a União e o Estado, como prevê a CF. “Nem a prefeitura de Florianópolis nem a Casan desenvolvem ações de proteção dos mananciais que abastecem a cidade”, constataram os técnicos da Diretoria de Atividades Especiais, a responsável pela auditoria.  (...) Eles lembram que a Política Nacional de Recursos Hídricos (lei nº 9.433/97) considera infração perfurar poço para extração de água subterrânea sem a devida autorização. (...) Com o objetivo de proteger a qualidade da água subterrânea, conforme determina a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 396/08, o TCE/SC determinou à Casan a instalação de equipamento com dispositivo de segurança em todos os poços dos sistemas Costa Norte e Costa Leste Sul. (...) O próprio Código Ambiental Estadual prevê que os poços que atinjam aquíferos devem ser equipados com dispositivos de segurança contra vandalismo, poluição acidental e desperdícios. Essas áreas de proteção de poços para abastecimento devem ser delimitadas e averbadas em cartório.
(...) Licença necessária para a construção ou operação de empreendimento urbano ou rural
A retirada incalculável da água dos aqüíferos apresenta outro risco: a salinização.
Além do localizado nos Ingleses, preocupa o do Campeche, no Sul da Ilha. Próximo do mar, pode salgar pela pressão hidrostática. É o que se chama "intrusão marinha".
Na prática, o nível do aqüífero nunca pode ser menor que o do mar. Se baixar muito, a pressão cresce e infiltra água salgada. Um crime ecológico que levaria 500 anos para ser recuperado, na opinião de especialistas.(...)

LENÇOL FREÁTICO INDO PRO RALO !


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Casan polui e recebe multa de 12 milhões

Moacir Pereira
22 de fevereiro de 2011
A Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Florianópolis já aplicou multas que totalizam 12 milhões de reais contra a Casan. Motivo: poluição ambiental na Capital.
Parece estranho, paradoxal, mas é a pura realidade. A Casan, que se atende pelo nome de Companhia Catarinense de Saneamento é uma das maiores poluidoras das praias de Florianópolis.
Gasta uma fortuna com redes coletoras, mas não garante o funcionamento do sistema.
Quem quiser saber destes e de outros horrores praticados pela Casan que fale com o secretário da Saúde da Capital, o médico João José Cândido da Silva.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Lixo jogado nas estradas paulistas enche 10 mil caminhões por ano


José Maria Tomazela - O Estado de S.Paulo – 19.02.11

No ano passado, foram recolhidas nos 22,9 mil quilômetros de rodovias paulistas 41,5 mil toneladas de lixo. O volume equivale à carga de 10 mil caminhões. É como se todo o lixo produzido por uma cidade do porte de Araraquara fosse espalhado pelas estradas.
Só nos 5,4 mil km de rodovias administradas por 18 concessionárias foram coletadas 17,8 mil toneladas. A maioria registrou aumento no volume. As estradas federais sob concessão produziram 6,1 mil toneladas. A malha administrada por empresas responde por 68% do tráfego .
Nas rodovias a cargo do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), prestadoras de serviço recolheram outras 17,6 mil toneladas. Entre todas as vias, as do Sistema Castelo Branco-Raposo Tavares, que liga São Paulo a Sorocaba, foram campeãs em produção de lixo, com 3.931 toneladas coletadas em 2010. Em segundo lugar, o Sistema Anhanguera-Bandeirantes (São Paulo-Campinas) produziu 3.100. O maior volume de lixo por quilômetro foi registrado em uma rodovia federal: na Fernão Dias, retiraram-se 2,6 mil toneladas em 95 km, média de 27 por km.
Embora nem todas as concessionárias tenham o custo discriminado, o gasto com a coleta e a destinação pode chegar a R$ 30 milhões anuais. O custo é bancado indiretamente pelo usuário, por meio de impostos e tarifas de pedágio. O problema do lixo na rodovia não se restringe à questão ambiental: o material disperso entope os sistemas de drenagem e eleva o risco de acidentes. Pontas de cigarro podem provocar queimadas.
Reciclagem.
As concessionárias vêm investindo em campanhas e programas educativos. A Ecopistas adotou a coleta seletiva, com a instalação de coletores coloridos ao longo das vias - ao custo anual de R$ 371 mil - e mantém o projeto de educação Ecoviver em 18 cidades.
A Ecovias, que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, também adotou coletores e realiza o Projeto Casa Limpa, em parceria com a prefeitura de Diadema - que transformou áreas de descarte em espaços de convivência. Já a Via Rondon, que recolheu até máquinas de lavar roupas abandonadas na pista, na altura de Bauru, iniciou uma campanha educativa nas cidades do Oeste paulista.